Inteligência Artificial
A Inteligência Artificial vai revolucionar análise de dados?
A Inteligência Artificial (IA) e o Business Intelligence (BI) são duas tecnologias que estão revolucionando a maneira como as empresas conduzem seus negócios. Embora ambas sejam amplamente utilizadas, muitos ainda não compreendem a diferença entre elas.
A IA se concentra na criação de sistemas que imitam a inteligência humana, enquanto o BI se concentra na coleta e análise de dados para ajudar as empresas a tomar decisões informadas. Embora sejam tecnologias diferentes, a IA e o BI estão se complementando cada vez mais, trazendo uma ampla gama de benefícios para as empresas.
IA e BI: futuras melhores amigas
A combinação da IA e do BI permite que as empresas aproveitem ao máximo as informações contidas em seus dados. A IA pode ser usada para analisar grandes quantidades de dados e identificar padrões que seriam impossíveis de serem detectados pelos seres humanos, aproveitando aqueles dados ocultos que nunca seriam analisados, enquanto o BI fornece uma plataforma para visualizar e interpretar esses dados.
Isso permite que as empresas tomem decisões mais informadas e estratégicas. Por exemplo, a IA pode ser usada para identificar tendências em vendas ou uso de produtos, ajudando as empresas a se prepararem para futuras mudanças no mercado. Além disso, a IA também pode ser usada para automatizar tarefas repetitivas, liberando tempo para que os profissionais possam se concentrar em tarefas mais estratégicas.
Principais vantagens da IA no BI
A Inteligência Artificial desempenhará um papel crucial, as possibilidades são infinitas, mas principalmente nesse primeiro momento de evolução das tecnologias, a IA ajudará a tornar a análise de dados mais rápida e precisa, além de permitir a personalização das análises de acordo com as necessidades específicas de cada empresa, departamento ou colaborador.
Hoje em dia o processo de extração de insights de negócio demanda quase sempre a expertise de um profissional de TI. Digamos que um diretor comercial precise de informações específicas da performance de vendas do último bimestre, para diferentes regiões operacionais. É bem provável que algum analista terá que se debruçar para criar uma análise dentro do BI com as informações requeridas, talvez até tenha que refazê-la algumas vezes até que o diretor esteja satisfeito, adicionando o nível de detalhamento desejável.
Mesmo que hoje o mercado de Analytics já ofereça soluções de fácil usabilidade para usuários menos técnicos, como BI Self-Service, com sistemas de criação de análises com “arrasta e solta”, ainda há uma necessidade de o indivíduo entender conceitos básicos da tecnologia e visualização de dados para poder criar a visão de que precisa no BI.
Com a IA essa dinâmica muda, o BI pode se tornar uma espécie de ‘guru’ ou ‘oráculo dos negócios’, onde o usuário mais leigo não precise mais demandar a atenção do TI para acessar as informações de que necessita e não desperdiçará seu tempo aprendendo recursos técnicos, mesmo que sejam simples. Aquele diretor comercial, por exemplo, precisamente gastará seu tempo no que realmente importa, no acompanhamento comercial, insights de negócio e ações estratégicas.
Como o BI está evoluindo?
Nos primórdios das plataformas de BI a tecnologia emergia com muitas limitações, e para operá-la se exigia um nível técnico muito alto. Existia predefinições específicas de dados, com poucas integrações e interatividade dentro da plataforma. Isso a tornava inflexível em relação a exploração de informação pelo usuário final, ou seja, antes o acesso era limitado a relatórios estáticos, sem nenhuma ou pouca exploração dos dados apresentados.
Com o passar do tempo esse cenário foi mudando, o BI foi se tornando cada vez mais visual, as conexões com outros sistemas se ampliaram, e logo aumentou a variedade de dados dentro da plataforma. Devido a busca por usabilidade sem códigos (no-code ou low-code), o nível técnico para interagir com a plataforma foi caindo muito, e análises interativas se tornaram cada vez mais comuns.
Já nos últimos anos surgiu uma grande tendência das plataformas de BI – o foco em recursos de autoatendimento (Self-Service). Através do desenvolvimento de um sistema simples de arrasta e solta, a interação com os dados e a criação de análises se tornou muito mais fácil e intuitiva. Com isso ampliou-se o envolvimento de diferente negócios e usuários à tecnologia, e podemos dizer que esse processo democratizou o acesso a informações nas empresas.
Mesmo assim, ainda há grandes desafios quando falamos de BI, os dados andam crescendo exponencialmente a cada ano e muitas informações preciosas não são exploradas. Além disso, o usuário final tem suas limitações ao criar e interpretar esses dados, mesmo apresentados da melhor forma em análises visuais. A popularização da nuvem e o aumento da capacidade de processamento estão amenizando esses desafios de Big Data, permitindo a coleta e análise de grandes quantidades de dados em tempo real, mas ainda há suas limitações.
Consequentemente, hoje em dia o BI está entrando em uma fase de transição definida pelo Gartner como “Analytics Aumentado”, caracterizada como uma abordagem que utiliza IA e Machine Learning (ML) para ampliar a capacidade de análise de dados e automatizar tarefas analíticas rotineiras. Isso incentiva ainda mais as mais diversas organizações e colaboradores a buscarem informação sem burocracia e com total autonomia.
Qual é o futuro do BI com AI?
Segundo o Gartner a próxima etapa será a chamada “Consumerização Aumentada”, onde a tecnologia de BI será otimizada e refinada ainda mais com IA e ML para melhorar a interação dos usuários finais com a plataforma. Segundo Anirudh Ganeshan, especialista em Analytics no Gartner, os insights serão colocados “totalmente nas mãos dos tomadores de decisões.”
Isso se traduz em uma plataforma que age proativamente para te entregar informação pertinente na hora e formato ideal para que você tome as melhores decisões de negócio, tudo com agilidade, eficiência e sem a necessidade de nenhum conhecimento técnico para extrair informações.
Exemplos práticos do futuro do BI com AI
Hoje vemos ferramentas de IA que funcionam como um chat online de perguntas e respostas (Q&A AI System), como ChatGPT, Google BERT, IBM Watson, etc. Com o BI não seria diferente, e até encurtaria o caminho da informação até o indivíduo.
Em vez do diretor comercial ter que criar e interpretar uma análise completa e navegar entre diversos gráficos, somente para investigar uma questão específica, como descobrir qual foi ‘o resultado de vendas do produto X no último bimestre na região sul do estado’, só bastaria uma pergunta para o BI entregar a resposta imediatamente, na forma de texto, com gráficos e análises relacionadas. Como dito acima, o BI se tornaria o verdadeiro oráculo dos insights de negócio.
Mas indo além, a IA integrada ao BI pode se tornar um organismo proativo, identificando padrões em dados de vendas ou uso de produtos, por exemplo, e alertando a gestão antes mesmo dela se dar conta que há algum problema iminente. Esses alertas automáticos podem vir em formato de e-mail, notificação por celular, mensagens de Telegram, Whatsapp e até em formato de stories ou feeds (como em redes sociais), com dados sendo apresentados dentro de uma “narrativa” envolvente.
Nem é preciso dizer o quão útil isso se tornaria para evitar problemas e gargalos operacionais, não é mesmo? E o mesmo pode ser dito sobre a detecção de oportunidades ocultas de negócio com dados internos e externos.
Rumo a um futuro inteligente
O futuro do Business Intelligence é extremamente promissor, com a tecnologia continuando a evoluir rapidamente. A Inteligencia Artifcial será um dos motores por trás dessa evolução, permitindo análises cada vez mais precisas e eficientes. Além disso, a popularização da Internet das coisas (IoT) e a crescente quantidade de dados gerados pelos dispositivos conectados irão aumentar ainda mais a importância do BI.
De acordo com uma pesquisa recente da IDC, o mercado atual de BI e Analytics deverá crescer a um ritmo constante. Podendo alcançar já em 2023 um crescimento que ultrapasse a marca de 40 bilhões de dólares. E com esse crescimento previsto, as empresas também devem se tornar mais proativas em relação ao uso do BI, incorporando-o em todos os aspectos de seus negócios para ajudar a guiar decisões estratégicas e a maximizar o retorno sobre os investimentos. Além disso, a colaboração entre a IA e o BI deve se intensificar ainda mais, permitindo a integração ainda mais profunda dessas tecnologias.
Autor do blog
Gabriel Venturiello
Coordenador de Marketing