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Inovação

Como a cultura de dados apoia a sucessão familiar

Falamos muito na TARGIT Brasil sobre gestão de dados em toda a cadeia de suprimento, mas um fato interessante é que a maior parte dos “players” desse mercado têm algo em comum – são empresas familiares, inclusive muitos dos nossos clientes. Segundo o IBGE, 90% dos empreendimentos do Brasil são compostos por empresas familiares, e como toda empresa familiar, o negócio enfrenta uma questão inevitável, a sua sucessão por parte da nova geração.

O que será abordado?

O grande desafio das empresas familiares

Nenhum líder proprietário que constrói seu negócio do zero, ou mesmo aqueles que continuam o legado, querem que seu trabalho de décadas tenha um fim abrupto após a sua aposentadoria ou falecimento. Infelizmente esse é um cenário comum. A mesma pesquisa do IBGE aponta que 70% dessas organizações encerram as suas atividades após a morte do fundador.

Não importa qual o segmento ou tamanho do negócio, de pequeno, médio, e até organizações com faturamentos milionários, o problema é o mesmo para todas, pois é uma complicação estrutural envolvendo a família. Baseado nesse cenário desfavorável, convidamos o especialista em empresas familiares e fundador do Instituto Empresariar, Cícero Rocha, para compartilhar seus conhecimentos e sua metodologia em nosso webinar: O impacto da cultura de dados na perpetuidade da empresa familiar.

Qual é a fórmula do sucesso para as empresas familiares?

Em mais de duas décadas acompanhando essas empresas com seus serviços de consultoria, Cícero pôde observar que as organizações que se perpetuam não são necessariamente as mais profissionalizadas, ou com ações em destaque na bolsa, ou até com os sócios mais ricos, mas são sim as empresas que atingiram um equilíbrio entre vários aspectos fundamentais para a sua integridade e o seu progresso.

– “O sistema mantinha esses caras (Indivíduos-chave) felizes, a família estava em harmonia, as empresas estavam profissionalizadas e os sócios se enriqueciam com sustentabilidade. Isso de forma balanceada.” – Cícero Rocha, presidente do Instituto Empresariar.

Os proprietários e membros familiares precisam se unir para criar uma cultura sustentável perante toda a organização para alcançar a perpetuação do negócio. Tendo isso em mente, Cícero junto ao Instituto Empresariar criou a metodologia BFB – Balanced Family Business (Empresa Familiar Balanceada).

A metodologia da empresa orgânica

O negócio familiar vem se organizando há milhares de anos, segundo Cícero o fundamento dessa organização não é empresarial, é uma questão de sobrevivência da espécie, é um processo inconsciente onde o pai protege o filho dando os meios de sustento. “Quem melhor cuida do leãozinho pequeno é o leão.” – diz Cícero.

Da mesma forma, a metodologia BFB busca integrar nessas empresas a compreensão da sua estrutura e do seu propósito, só assim as empresas familiares poderão construir uma cultura sustentável e contínua. Essencialmente a organização familiar é um processo natural da espécie, ou seja, algo orgânico.

Para Cícero esse processo orgânico é similar a uma árvore, algo vivo e centenário. Na empresa a base que sustenta o organismo é a família, como o tronco e suas raízes, os galhos são os negócios e os frutos são os resultados. Se um galho se parte ou um fruto se perde isso não afetará a árvore, ela seguirá firme e forte, contanto que suas raízes sejam profundas e seu tronco robusto, a árvore se perpetuará por séculos de forma inabalável.

Do contrário, quanto maior é a copa da árvore e mais fino o tronco, menos sustentação ela terá e qualquer vento a derrubará. Uma base forte em uma empresa familiar está na preparação dos indivíduos-chave. São eles que darão a sustentação para o negócio progredir e crescer.

Indivíduos-chave – Quem são e como prepará-los

Qual é o elemento principal em toda empresa familiar? A família, certo? Pois muitas dessas organizações pecam ao integrar seus membros familiares nos negócios. Segundo Cícero, os chamados Indivíduos-chaves – mãe, filhos, tios, agregados etc. – não são treinados adequadamente em uma cultura de liderança e sucessão, e alguns membros são até alienados de certas posições para limitar o seu envolvimento.

Nós fizemos o processo de sucessão em uma empresa, quando eu chego lá está um jovem sucessor implodindo a família dele. Primeiro ele exclui as irmãs, dizendo que implantaram governança e as irmãs estão no conselho. Ele não implantou governança, ele criou um quartinho para botar elas dentro e trancá-las.” – Cícero Rocha, Presidente do Instituto Empresariar.

Essa cultura de liderança e sucessão não é instituída ao treinar o membro da família para se tornar executivo ou herdeiro, mas sim em prepará-lo para se transformar em um indivíduo-chave. – “Ele tem que ser, além de bom executivo, um cara com uma visão empresarial para dar sustentabilidade, crescimento e patrimônio. Ele se preocupa com a maioria da família dele.” – continua Cícero.

A felicidade é a essência

Muito além de visar o lucro e a produtividade, as “empresas orgânicas” têm uma grande característica de criar uma liderança humanizada para todos os colaboradores. Isso se traduz em um ambiente sustentável, onde a empresa busca meios de desenvolver pessoas em vez de se focar unicamente em resultados. Ou seja, nutrir seus galhos para colher seus frutos. Diferente de uma “empresa mecânica”, composta por líderes, executivos, sócios, C-levels que não têm nenhum vínculo parentesco, o que pode caracterizar em uma gestão impessoal e fria, priorizando processos, sistemas, resultados e vendo os colaboradores unicamente como números, como algo mecânico.

Mas da mesma forma que uma empresa familiar com seus indivíduos-chave podem influenciar positivamente a todos, eles também podem comprometer a organização se estiverem infelizes, e consequentemente a organização pode perder a sua essência orgânica e sustentável.

É preciso a gente entender essa estrutura das emoções porque as pessoas falam muito das famílias que acabam as empresas. Mas pouca gente tem falado das empresas que estão acabando as famílias, e acabando emocionalmente.” – Cícero Rocha, presidente do Instituto Empresariar.

Segundo Cícero, é preciso se lembrar que estamos lidando com pessoas, e a base de um bom relacionamento é a comunicação. “O fundador tem horas que ele se esquece.” – relata Cícero. – “Se tem um filho que tem mais dificuldade com você e você sente, não se distancia, vai para cima, se aproxima, pergunta, conversa, orienta. É um ser humano.”

A inovação é a consequência

Outro desafio encontrado nessas organizações é a implementação da inovação. Segundo Cícero, não basta implantar um sistema novo ou comprar uma máquina de ponta para a produção, isso é uma inovação no processo, e o problema não está em gerar inovação, mas em propagar inovação por toda a empresa.

E há um grande obstáculo no caminho da empresa familiar em busca de inovação – “Como é formada por humanos, tem um tema muito forte nela, que se chama medo, o medo de morrer.” – diz Cícero – “Isso gera uma trava. E ela, por natureza, é conservadora.

Cabe aos indivíduos-chave desenvolver uma cultura de inovação através do envolvimento íntimo com a operação, esse envolvimento cria um mindset de inovação na família que se propaga para toda a árvore.

O impacto da cultura de dados

Quando se fala em análise de dados é muito comum associá-la a um conhecimento especializado e concentrado em um único departamento. Na TARGIT Brasil insistimos que BI e Analytics vai muito além da área de TI, é um recurso de propagação de conhecimento para todos da organização.

Abordamos esse assunto no webinar, e para o Cícero, o BI é o grande protagonista na comunicação entre os indivíduos-chave, garantindo o bom entendimento entre os colaboradores e a operação, além de gerar inovação e sustentabilidade para toda a empresa. “Do que adianta dados se eles não servem para me comunicar” – enfatiza Cícero.

Entretanto, não haverá efetividade em contratar uma plataforma de BI ou qualquer outro recurso tecnológico sem o devido plano de ação. “As pessoas não utilizam as ferramentas” – diz Cícero – “É igual ERP, o que tem de gente que compra ERP e não usa os módulos, que compram os BIs e não utilizam. Então o nosso intuito é trabalhar essa compreensão.”

No webinar destacamos 3 pontos na metodologia do Instituto Empresariar para auxiliar nesse processo de compreensão da família empresarial:

  1. Foco na estratégia – Sua empresa tem planejamento estratégico? Os dados estão alinhados com as prioridades apontadas pelo planejamento estratégico? As empresas lidam com muita informação todos os dias, é preciso ter foco para poder filtrar aquelas informações-chave que estão alinhadas com os objetivos e necessidades da organização.
  2. Dinâmica de visualização de dados – As pessoas que estão vendo a sua análise têm conhecimento técnico para entendê-la? É preciso que os dados certos sejam apresentados às pessoas certas para que tudo que for apresentado seja compreendido e convertido em ações práticas. Muitas vezes um vendedor não precisa visualizar análises detalhadas sobre o desempenho da loja, região ou produto, um simples relatório mostrando a sua performance já será o suficiente, diferentemente dos gestores que precisam medir resultados e propor melhorias.
  3. Arquitetura das informações – Além do conteúdo apresentado para as pessoas certas, o modo que é apresentado é igualmente importante, uma análise cheia de dados avulsos pode poluir sua apresentação e dificultar a compreensão. – “Quando a gente olha os dados, tem que ser uma coisa que inspire curiosidade, que inspire entusiasmo.” – diz Cícero.

Rumo a uma cultura sustentável e orgânica

A metodologia do Instituto Empresariar visa solucionar o grande desafio de sucessão das famílias empresariais do Brasil e do mundo, através de uma compreensão aprofundada de sua essência.

Vimos que essas organizações precisam criar uma cultura de sucessão e governança que envolva todos os membros da família, os indivíduos-chave, para que todos se desenvolvam de forma sustentável.

Os dados e os recursos tecnológicos são os grandes facilitadores desse processo de compreensão, e usá-los através de uma metodologia é o ponto chave para garantir uma boa comunicação e a perpetuação dessas empresas familiares.

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Então veja nosso bate papo completo com o Cícero Rocha e muito mais:

Webinar | O impacto da cultura de dados na perpetuação da empresa familiar